Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Todo o flâneur traz no corpo promessas de viagens perdidas nos mares daquilo que por nós passa e nos trespassa os dias.
Deles se aguarda a lonjura e a distância daquilo que é já rumo conhecido, a maré-alta de um corpo que se habitua ao frio e que se amorna nos braços das mulheres em cada porto.
Deles se espera a fuga constante, porque habituados a partir nunca chegam a chegar.
Deles se recusa o acreditar, porque todas as juras trazem o sal e a secura daquilo em que falharam.
Neles de demora a ânsia e a fome de caminho e um adeus pregado ao cais, um fado como um trapo manchado a acenar.
São os homens que nos dizem que só o Inverno os trará de volta, sabendo de antemão, de mão beijada, que nunca acreditamos.