Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
(foto - Tommy Ton)
Um trench coat é sempre uma invocação subtil de Casablanca. A memória da obra-prima repleta de conflitos e de equívocos, que começam na selecção dos protagonistas (escolhas secundárias), não findando na recriação de cenários duvidosos, impregna uma peça que entregou uma marca indelével a Bogart e ajudou a tornar Bergman uma das mais divididas e angustiadas personagens do cinema.
É sempre um trench coat que acaba por povoar de enigmas e de voláteis mistérios a mulher que o usa, porque se apossa dos elementos masculinos impressos no trespasse (que oculta), no volume cintado (que esconde) e na sedução que é transportada pela névoa densa de uma fuga do amor no meio da guerra.
Aliar estas inconscientes invocações à renovação da cor e acrescento de detalhes magníficos (como, neste caso, o dos acabamentos das costuras), faz com que se reconheça que a kiss is still a kiss, e que, mesmo que o tempo passe, teremos sempre Paris todos os dias.