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Todos vós, rapazes, fazeis escolhas diferentes, mas, numa questão de fato (não! Não obedeço ao acordo ortográfico), todos deveriam soar em uníssono e deixar as mangas da camisa saltar um pouco.
Quanto exactamente? É uma das mais interessantes e inúteis perguntas que se podem fazer a quem não é especialista nestas nuances e que não passa de uma atenta observadora ao que de melhor se atravessa no caminho.
Segundo os peritos, há que ter conta dois aspectos:
1 - O comprimento da manga da camisa;
2 - O comprimento da manga do casaco.
A manga, como me parece evidente, é algo que cobre o seu braço, mas não o seu braço e a sua mão. A partir deste princípio básico, podemos continuar a nossa pequena divagação.
Note-se que as mangas de uma camisa duas vezes abotoada no punho tendem a ficar mais longas do que uma camisa com um único botão. Em consequência, as mangas da camisa com abotoadura simples vão cair sobre o punho, enquanto que as mangas de punho com abotoadura dupla o cobrem um pouco mais, quase tocando o início da mão.
Qual é o comprimento da manga correcto para uma camisa? Eis uma questão shakesperiana.
De acordo com os mesmos peritos, a camisa de punho com botão único, deve surgir 1,3 cm por baixo do casaco. A de punho com botão duplo, cerca de 2 cm.
O segundo aspecto a ter em conta é o comprimento da manga do casaco que deve sempre terminar no punho, com o braço em repouso. Desta forma, a camisa terá comprimento suficiente para espreitar discretamente.
Por favor, meus queridos, nunca demonstrem que as mangas são curtas demais deixando furar os braços, mostrando-os em todo o seu esplendor pindérico. Jamais assumam esta situação, a menos que estejam a dirigir um carro e, recordem-se da evidência, não há permissão para usar casaco durante a condução, declaram solenemente os mesmos especialistas.
Quase indiferente a tudo isto, creio que o resultado da obediência a estas regras é mais notório quando a camisa é colorida e coadjuva a imagem global.
Dos botões de punho falaremos depois, porque nós, raparigas exigentes, jamais desbaratamos de uma vez só todos os truques que trazemos na manga.
Nós, raparigas espertas, sabemos que vós, rapazes marotos, meninos do Rio, calores que provocam arrepios, aumentaram já a carga horária dispensada ao ginásio e que suam desmesuradamente para corrigir os pecados do Inverno e acelerar a definição dos abdominais.
Antecipamo-nos e damos uma ajudinha preciosa para que não destruam por completo o esforço dispendido.
Recusem liminarmente aquelas coisas tenebrosas, atadas à cinta por um fio de algodão, espampanantemente estampadas (motivos florais gigantescos, papagaios coloridíssimos, riscas assimétricas fluorescentes, NY fora de horas ou um luminoso paraíso tropical) que vos tocam os tornozelos e vos deixam estranhamente bronzeados. Pertencem aos petizes, ultrapassados pelas ondas da actualidade veraneante.
Sejam homenzinhos.
Assumam a vossa perdida libido e façam-nos pasmar com as sempre insinuantes propostas de D&G ou com uma das sugestões bastante retrossexuais de Louis Vuitton.
Sejam másculos, sejam machos, sejam sedutores. Passem num doce balanço a caminho do mar, com abdominais definidos com empenho e, mesmo depilados, ousem enfrentar as ondas dos nossos olhares com a magnitude de um corpo aberto no espaço, de um coração de eterno flirt, que na nossa tensão flutuante, o nosso desejo será tudo o que sonhardes.
(Dolce & Gabbana fotografia de Will Davidson)
(Louis Vuitton fotografia de Will Davidson)
No caso de subsistirem dúvidas, e desapertando o primeiro botão, sejam escaldantemente retro.