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Se tivermos menos de 1.80 de altura, para não pensarem que estamos a ser digeridas por uma piton albina, ou pesarmos mais do que estritamente necessário para não parecermos um enchido mutante de Mirandela, devemos tentar envenenar o que acaba de nos subjugar, referindo, por exemplo, que não pertence a nenhuma colecção das mais recentes.
Mas é absolutamente irrelevante este prodígio ter saído, ou não, de um ano qualquer anterior àquele que é perseguido por um qualquer querido fashion adviser.
São peças que atingem a perfeição da mais sumptuosa das simplicidades, aquela que se torna intemporal e, como todas nós sabemos, esta característica (o absolutamente simples) é composta de inúmeros elementos que de tão complexos formariam o caos, não fosse o génio que harmonizou o conjunto.
São peças raras que procuram Dior e Yves Saint Laurent nos velhos tempos em que jovens eram e o glamour das silhuetas, esguias como caules, fazia da mulher quase um objecto de arte de René Lalique.
Podemos tentar reaver, readquirir e reconquistar este allure quase quebradiço, esta fragilidade de voo de flamingo, este quase golpe de papel, mas não podemos jamais esquecer, antes de o usar, que o autocarro passa sempre às nove e que o carteiro já não toca duas vezes.