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Eu sei, meus muito jovens queridos, que vos é penoso parecer que o intelecto vos ocupa parte substancial do dia e que é muito mais risonho fazer passar uma imagem boémia e trauliteira de festejos no Bairro Alto, mas, podem crer, uma rapariga muito, muito, muito esperta, acaba irremediavelmente por partilhar lençóis com o menos suspeito, o mais tímido, o mais inibido, o mais inteligente e o mais vintage que encontrar, desde que não faça lembrar, nem à sombra de uma esquina, Stephen Hawking (que Deus me perdoe!).
O instinto e selecção natural, tão badalados por Darwin, connosco são muito mais retorcidos do que aquilo que se fez acreditar. Não procuramos necessariamente o parceiro mais musculado, aquele que traz apenso a garantia genética do sucesso e do saudável, com esperma capaz de produzir rebentos seguros e fortalecidos e de nos fazer acreditar que teremos carne de caçadas trogloditas para o resto das nossas vidas.
Já encontramos essas coisas nos laboratórios.
O que se torna irresistível é a possibilidade de nos tornarmos Mrs. Robinson e conduzir, num perigoso tango, o jovem, terno e tenro, de calças de bombazina nervosa, e comandar os passos que se devem dar para despir o tão invejável colete Tommy Hilfiger, pérola riscada, e desatar os nós das gravatas de tom militar.