Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Talvez compensando uma certa sensação de rispidez da imagem anterior, escolho a relaxante cor-de-rosa, usualmente atribuída às raparigas, mas que usada por uma masculinidade sem hesitações traz um encanto irresistível.
É notório que nem todos os rapazes conseguem resistir a uma imagem quase monocromática, sobretudo quando a cor não está (ainda!) separada de uma imagética feminina.
Torna-se, contudo, bem mais agradável, e de mais fácil aceitação por parte da brigada dos bons costumes e da divina moral, a monocromática imagem de suave cor-de-rosa aparecer num homem já feito (diria a minha santa avó, que nunca foi membro do clube).
O estereótipo, pensamento básico, limitado, redutor e primário, é, em consequência, de fácil assimilação, chegando rápido, sólido e epidémico, às massas.
Desestruturar este estreito e delimitado pensamento exige maturidade e esta, como é sabido, chega (quando chega) invariavelmente com a idade.
Daí, esta suavidade máscula se destinar a homens. Não a rapazinhos.
Nenhum imberbe é capaz de alterar as conotações centenárias apensas ao cor-de-rosa, fornecendo-lhe a necessária dose de masculinidade que o torna, não apanágio de bebés de laço presos a caracóis e folhos em redor, mas apenas mais uma cor com que passeamos o lado solar das nossas vidas.