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A Gaffe hoje está triste.
Não tem importância a suaa tristeza, mas é bom que se saiba que não gosta de ficar à janela a olhar a masoquista alegria do mar a ser picado pelas agulhas da chuva.
Hoje, a Gaffe está triste e por isso vai chover o dia todo.
Estar triste é como viajar sozinho quando chove. Morre-se um pouco.
A Gaffe vai calafetar-se.
Descobriu que o estar fechada dentro é de tal modo atractivo que mesmo o espaço que à sua volta existe se torna poderoso foco de desejo. A hermética alma dos que assim se ficam encerrados provoca nos restantes a paixão absurda pelo cárcere.
Neles, que fechados se demoram, o privado incita o público, transforma o seduzido em tonto paparazzi que nas masmorras procura encontrar a alma encarcerada.
Calafetada, a Gaffe espera que na teia desta cela tombe o insecto pasmado pelo lume que escondeu, mas que no escuro rosna como um bicho.