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Rapazes, saibam que, numa derradeira análise, só existem dois modos de nos piscarem o olho. Convém que os conheçam antes de pensarem que somos donzelas indefesas perante um pirata de testosterona. É verdade que uma rapariga esperta não desdenha a perna de pau e a cara de mau, mas acreditem que dispensa o olho de vidro, mesmo que dentro exista uma luzinha de Natal a tremelicar, que faz parecer que anda por perto um AVC.
O taralhoco
Um piscar inexperiente, mas que, dependendo das circunstâncias, do lusco-fusco e do dono do bruxulear, nos pode seduzir. Enruga um dos lados da cara e apesar de amoroso fica bem apenas a homens com mais de 1.80 m, espadaúdos, de barba rija e dentes lavados nadadores olímpicos de speedos exíguos e seminaristas marotos. Os homens que não se incluem nestas premissas correm o risco de se verem enfiados numa ambulância rumo aos cuidados intensivos ou ao mais próximo Hospital psiquiátrico em busca de cura para os traumatismos provocados pela nossa crueldade espantada. Nós, raparigas espertas, somos implacáveis.
O badalhoco
Um piscar experiente, produto do uso e abuso desta manobra. Vem apenso a homens que estão convencidos que se fecharem apenas um olho um dos seus valentes peitorais se ergue em simultâneo impressionando o alvo entretanto anestesiado pelo encanto. Normalmente é treinado ao espelho e talvez por isso acabe por engatar apenas o dono. Os adeptos desta variante estão convencidos que ao piscar o olho conseguem o milagre de acreditarmos que só tentam impedir que se escapa por ali a inteligência e o charme.
Mais banal e mais fácil do que a primeira modalidade, porque, segundo é dito, é como andar de bicicleta. Um dia tiramos-lhes os selins.
Rapazes, acreditem! O modo mais sedutor de nos piscarem o olho é simplesmente erguerem num sorriso as mais tímidas das sobrancelhas e esperarem que sejamos nós a arriscar.