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As mulheres adornam-se desde tempos imemoriais. Os objectivos são inúmeros e as razões variadíssimas. Ciclos de fertilidade, etapas de crescimento e de maturidade, ritos iniciáticos ou ondas de sedução, religiosa ou pagã, tornaram o corpo, preferencialmente o feminino, num palco de excelência.
Neste metamorfosear de fascínios, a arrogância masculina chamou a si a possibilidade de o adorno ser a homenagem da mulher que se objectifica através do somatório de atavios, marcas, signos, enfeites ou adereços, submetendo-se à capacidade de domínio do macho, contrariando a mais habitual forma de seduzir das outras espécies em que é o macho que se enfeita.
Na esmagadora maioria das vezes, esta certeza é um dos masculinos momentos de ilusão, porque não tem em conta que se nós, raparigas, sobre o corpo colocamos os mais extraordinários signos de beleza, fazemo-lo sobretudo porque a nossa pele exige que nela sejam depostas todas as jóias que inventamos.
Adornamo-nos sobretudo para nós. O resto são despojos.