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Há um jogo qualquer que nos pede que enumeremos o conteúdo da nossa carteira.
Não seriam brilhantes as minhas respostas. Não transporto muita coisa. A minha carteira não ilustra o estereótipo.
Trago um bloco pequeno de capa esgotada que deixei de usar há muito tempo, mas que no medo de perder o passado riscado que contém, se tornou imprescindível; uma esferográfica que pertenceu ao meu avô, preta, polida, quente; a tradicional, mas frugal, parafernália feminina, composta por instrumentos de beleza que se misturam com outros mais técnicos, mais profissionais; um protector solar quase blindado e alguns documentos fechados, muito ordenados, numa pasta pequena de couro antigo.
Ao lado, mesmo ao lado do batom, trago sempre um adeus.
Nunca sabemos quando o devemos usar, não sabemos sequer a frequência com que o gastaremos, mas, seja como for, quando o adeus é usado convém-nos estar sempre com os lábios retocados.
Foto - Jason Langer