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A Gaffe fica sempre tão nostálgica e entristecida durante as festividades que se aproximam!
Não sabe porquê.
Talvez porque a festa da Primavera no Douro a faça sentir como um ninho abandonado pela ave que aprendeu o voo. Esta rapariga ainda se lembra do calor do corpo e do dormir do pássaro que partiu, mas tem de inventar-lhe as asas.
Talvez porque as tardes se deponham em silêncio e se espalhem no chão como se houvesse tempo para tudo.
No entanto olhar estes socalcos é tão simples!
A Gaffe não sabe o que fará depois de olhar, mas sabe que em cada olhar o Douro existe o recomeço dos dias enfiados como pérolas nos fios do silêncio.
O tempo tropeça no corpo do Douro quando avança pela sala distraído, mas não magoa.
A simplicidade absoluta está em não fazer doer.
Talvez por isto tudo a Gaffe esteja a ouvir Moonspell.