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Evelyn McHale tinha 23 anos e acabara de se despedir do noivo. Subiu ao 86º andar do Empire State Building, onde fica o deck de observação, e atirou-se.
Deixou um bilhete no qual dizia que o rapaz seria mais feliz sem ela.
Não poderei ser uma boa esposa para ninguém.
O estudante de fotografia Robert Wiles ouviu o estrondo assustador e captou a cena quatro minutos depois.
Foi catalogado como O mais belo suicídio do mundo.
É uma imbecilidade o título que ostenta. É de certeza uma das mais belas fotografias de um suicida, mas o trágico absoluto não pode ser tratado com leviandade glamorosa.
A extraordinária feminilidade da suicida, a sua imensa fragilidade enluvada, o recato do gesto que segura o colar e a serenidade do rosto que parece adormecido, contrastam com a animalesca força da morte, com o desumano estilhaçar do corpo e da alma de uma rapariga que decidiu calar todas as dores.
Mais uma vez a dor e a morte produzem boas fotografias.
É uma brutalidade perceber que Evelyn poderia perfeitamente ser a capa da Vogue.