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Penso tantas vezes que se torna secundária, mesmo inútil, a imagem de correcção política, de aprumo vincado, de sensatez moderada e isenta de qualquer percalço mais ousado, de rigidez polida e conveniente ou de eventual perfeição consensual que tenta induzir uma desejada aceitação social, primeiro degrau para uma ascensão planeada.
Aqueles que são a imagem estereotipada do jovem adulto urbano, integrado, sociável e sociabilizado, detentores de títulos académicos pomposos, colaboradores empenhados de multinacionais, ou nomeados pelos governos como especialistas, possuem, geralmente, uma reputação acima das suas possibilidades morais.
Mas obedecem.
Obedecer não é erro imediato. Só se torna condenável quando a gravata Cerruti, normativa, aperta e asfixia muito mais do que o colarinho da escolha Lagerfeld - vamos manter dúbia esta pequena frase.
A conquista de uma liberdade capaz de se demarcar do jogo que acaba na uniformização e no massificar dos indivíduos, é lenta e, como o ballet, exige que se comece cedo.
A prova de que foi solidificada surge, de vez em quando, numa das mais vulgares ruas das cidades, usada por homens que - ao contrário dos que parecem governar as multidões -, jamais conseguirão perder o tempo, porque exibem esta liberdade carismática ao lado da cicatriz que fica da conquista.