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Apetece-me ser fútil.
Há alturas em que me apetece ser absolutamente vazia. Uma pin-up de cartaz e somente isso.
Confesso a minha admiração pelas raparigas geniais que formigam nos blogs que tenho lido. Fazem ligações inteligentíssimas, links para artigos de opinião muito eruditos e arranjam modo de os comentar fornecendo aos néscios as suas brilhantes conclusões. Conseguem criar uma espécie de mesa redonda, à boa maneira medieva, e permitem apenas aos intelectos superiores o uso das cadeiras.
São fantásticas e conseguem transformar os seus apontamentos em tratados de erudição. É sobretudo esta última característica que me provoca espanto.
Como não sou miúda de links inteligentes para blogs eruditos e por não preencher os parâmetros exigidos para ser introduzida nos círculos mais famosos, fica aberta a possibilidade de me transformar em pin-up idiota, recortada em papel e em poses divertidas e marotas.
Apetece-me ser fútil e palrar acerca de tralha inútil.
Às vezes a vacuidade é abençoada. Nós, que apenas somos raparigas espertas, acabamos por parecer loiras tontas e patéticas, mas é a futilidade consciente que nos permite falar ao mesmo tempo do baile de Cortez e do corte de uma saia Valentino.