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Para uma rapariga fútil como eu, Artic Sea significa apenas um romântico nome de navio, capaz de provocar inúmeras fantasias que descritas fariam corar eternamente a minha santa avó.
Saber que a tripulação era russa não ajuda em nada a minha compostura. Informarem-me que toda ela foi sequestrada provoca-me arrepios pouco recomendáveis.
Retiro sempre o refugo a estas coisas e acabo por imaginar o que convém: um bando de jovens friorentos, másculos, com barba de dois dias, altos e espadaúdos, inocentes, amedrontados, pálidos e carentes, que não dizem coisa que se perceba, desesperados por um carinho de um colo como o meu, inunda-me de felicidade (sejamos comedidas).
Por outro lado saber que há piratas, daqueles com colares de conchas, cabelos negros presos por fitas de veludo e fatos esfarrapados, muito Galliano (não interessa nada que a realidade não corresponda ao sonho) faz com que me apeteça navegar pelo mar dentro, mesmo com um carregamento de madeira, sem um pingo de sedução, às costas.
Uma rapariga fútil é assim. Levanta-se e sonha ser pirata de concha ao pescoço e ter toda uma tripulação de russos giros sequestrados na despensa.
O casco do navio pode ficar para os homens.