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O envelhecer masculino não implica necessariamente uma decadência física em que as rugas significam o amarfanhar da sedução.
Há uma invulgar espécie de criaturas em que o tempo toca de modo feiticeiro e lhe entrega o incontestável poder de metamorfosear a inexorável conquista do passar da vida, na potente capacidade de nos proporcionar o fascínio das madeiras antigas que, rugosas e agrestes, repletas de atritos e de farpas, conseguem manter a esperança nos veios erodidos, e através dela, nos conceder o milagre de tocar nas arestas já tão gastas como palavras pela ruas.
Às vezes trazem peixes verdes nos olhos e acreditamos, perto deles, que todas as coisas são possíveis.
Trazem um Poeta no passado dos corações e fazem-nos sentir que temos tudo para dar e que tudo neles nos pede água.
Foto de Christophe Cufos