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A Gaffe não produz documentação oficial e os registos que precisa de fazer são efectuados numa aplicação informática preparada para acolher o Acordo Ortográfico sem dar cavaco a ninguém.
É tão afectada pelo papão como os PALOP, particularmente o seu mais recente membro, e estava tentada a deixar tombar as coisas condenadas à mudez.
Confessa no entanto que é cansativo ver desabar pelas esquinas incendiadas pomposas declarações de intransigência, de inflexibilidade e de férrea fidelidade à grafia alterada por Decreto, exortando à defesa da inviolabilidade da língua escrita, impedindo o estupro, embora, no aconchego do lar, alguns destes barricados façam dela uma galdéria e a espanquem, desarticulem e esquartejem sem qualquer acusação de violência doméstica.
A Gaffe, mesmo sabendo que vai trair a erudição de Vasco Graça Moura, está pronta a obedecer e jura com os Prada juntos que se submeterá à nova grafia se alguém lhe debelar uma dúvida apenas.
A Gaffe suplica que lhe expliquem porque é que a queda aparatosa do hífen na palavra
Cor de laranja
não se verifica de todo na palavra
Cor-de-rosa
Que de caras se mantém incólume.
A Gaffe previne desde já que não vai aceitar a única explicação plausível que consegue descortinar. A cor que se mantém virgem foi durante demasiado tempo apensa ao feminino e os senhores que redigiram o Acordo não querem passar por mariconços.
A Gaffe fica à espera, sim?