Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A Gaffe coloriu há algum tempo 2015. Depois esqueceu, até a ver referida por todo o lado.
Várias foram as gentes que recusaram e exilaram a nova adição Pantone. A cor, marsala, foi liminarmente banida e o seu nome esconjurado.
A opinião foi quase unânime. Marsala é uma cor terrível, uma cor enjoativa, mórbida, mas tal já seria de esperar com aquele nome idiota. Nada digno de nota pode ter uma cor chamada assim. Bordeaux é talvez o admitido. É portanto difícil que o que quer que seja que tenha uma cor com o nome marsala figure no catálogo das nossas preferências. À tonalidade foi amarrado o nome na condenação.
Se pela boca morre o peixe, até um apelido pode ser o anzol.
É curioso como ínfimos pormenores contribuem tantas vezes como factores importantes para o nosso julgamento, como minúsculas manigâncias são capazes de contribuir para a avaliação que fazemos das coisas e dos outros.
Cometemos tantas vezes este lapso!
As expectativas que temos em relação a tudo são influenciadas por elementos que em consciência não admitiríamos e não validaríamos.
Seria um exercício curioso contar o número de vezes que, antes de qualquer outro gesto, condenamos ou aceitamos alguém ou alguma coisa apenas porque tropeçamos no início com um insignificante detalhe que não nos agradou.
A Gaffe prevenida esperou até encontrar a opulência da cor marsala a contradizer os juízes.