Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Recebi um dispositivo que contém a playlist de um amigo que teima em fornecer à minha existência surda um travo de embalo capaz de fazer com que os meus espaços respirem com os sons mais harmoniosos que encontrou.
A lista inclui variadíssimas formas de me encantar. Blues, R&B, Motown, clássicos dos anos 40/50, Jazz, smooth jazz e outros cambiantes, na sua esmagadora maioria entregues a vozes femininas, algumas inesperadas, como a de Marlene Dietrich.
São cerca de uma centena de canções.
Aparentemente, não existe qualquer linha que as una, a não ser a da preferência do curador. São escolhas aglomeradas sem visível nexo, se lhe retirarmos este factor.
No entanto, conheço as armadinhas subtis que este homem generoso é capaz de montar e percebo que nada se encontra ali de forma aleatória e que um trecho não se encontra isolado do conjunto. Une-se, complementa, contradiz, completa, finaliza ou dá continuidade ao seguinte, narrando uma espécie de história, de histórias, que podem ser descobertas por quem as ouve com redobrada atenção.
Abre o dispositivo com as três melodias que reproduzo aqui. Apenas hoje percebi que, se unidas, constroem uma narrativa de desolação, de desilusão e de tristeza.
Creio que é a história mais fácil de encontrar. As outras, ainda as estou a ler.
(...)
Heureux, heureux à en mourir
(...)
Did I just turn and stare in icy silence
What was I to say?
What can you say
When a love affair is over?