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Em Florença, no Palácio Uffizi, uma das mulheres mais belas do mundo, Lucrécia Panciatichi, retratada por Bronzino, inquieta-me e surpreende-me numa tranquilidade sombria e malancólica que afasta o homem do centro do mundo, lançando a ousadia humana num qualquer ponto periférico da Criação.
Gosto desemsuaradamente desta mulher e de joelhos a venero. Nada é imperfeito. Nada se reduz ao inacabado e mesmo na perplexa hesitação do gesto, existe a tristeza infinda de uma história que de longínqua se reduz ao seu olhar.
Em Florença, num Palácio, uma das mulheres mais belas do mundo espera em contido desespero que alguém entenda a doentia paisagem do seu isolamento.
A Beleza perdura e é eterna quando na bainha do tempo está inscrita a dor de ser sozinha numa história.