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A superfície deste lugar presa na pele quebra devagar a película que o envolve, como folha de cristal, como fina folha de cristal por sobre a pele.
Entendo agora a mais distante segurança que é entregue aos que escolheram o refúgio da casa onde o tempo esquálido flutua. Entendo agora os degraus do silêncio e os socalcos. Esta espécie de felicidade em nada ter, porque se tem à tona da pele o imenso engano da quietude fria.
Nada se move. Nada. Os dias são os dias já passados e nas madrugadas as árvores escondem o sussurrar do vento, o tilintar da chuva ou a luz que interrompe as frestas da penumbra, os rasgos de ruído pelas pedras. Entendo este lugar, porque o tenho pousado levemente sobre a alma.
O meu lugar é onde se ouve o silêncio a descer escadas.