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Terem ambos o mesmo nome não me facilita rigorosamente nada as coisas.
Tem sido curioso observar o comportamento dos dois homens perante o facto de saberem, mesmo que nada seja invocado ou mesmo insinuado de raspão, que um deles se sobrepõe ao outro nas minhas preferências.
Se chamo o rapagão, o rapazinho do Douro vira a cabeça ondulada e sorri, de cicatriz na sobrancelha, impossível de deixar de olhar, de apetecer beijar- tão pequenina -, de corpo abandonado com cheiro bom a palha seca ou a terra acabada de molhar, a frutos verdes e a água dentro de vasilhas de cortiça.
O rapagão, por sua vez, exibe a ilusória posse olhando-me com os olhos das mãos e tentando sempre tocar, leve, levemente, como quem chama por mim.
Evitam cruzar o olhar e raramente trocam palavras. Não se ouvem também, o que os transforma numa imperfeita e símia trilogia do oriente.
Eu, imperatriz Ming, espalho o solar e sábio dividir para que reine a cor da flor do lótus.
Ilustração - Zaitchev