Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
O facto de ultimamente ter considerado interessante apenas a equipa encarregada da campanha promocional da Shiseido, não augura nada de bom.
É deprimente e anuncia aquilo que se receava: o início do Verão.
Nunca me foi favorável esta estação que entra com passos febris.
Faz oscilar o meu humor e destabiliza toda a minha estrutura emocional, queimando promessas tolas de Primavera ida.
Altera-me e provoca largos e penosos conflitos entre a minha lucidez e a minha desgraçada tendência para atenuar, ou mesmo liquidar, a mais tímida forma de pensamento estruturado.
Depois há O aniversário.
Em Junho a minha irmã, que só não se transformou ainda numa criatura insuportável, porque é demasiado inteligente e reconhece que ter a alma azeda é apenas uma forma mais de fracassar, comemora o seu feliz aniversário exigindo dos outros as oferendas proporcionais ao seu extenso ego.
Depois há a solidão que aumenta.
Em Junho desaparece a minha prima que retorna a Paris para ocupar o lugar que dela sempre foi no centro da vida.
- Não fiques triste! Eu volto, caso-me e partilhamos todos os amantes.
Em Junho não faz sentido nenhum ser-se inteligente.
Na foto - Anita Loos e Cecil Beaton, 1930