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Esta é uma das fotografias que trazem pronto o que querem que se sinta ou pense ou mesmo como querem que eu reaja. Podemos portanto divagar à vontade que o rastilho é sempre o mesmo. Por mais inesperada, ocasional e imprevista que tenha sido a captura, a foto tem inscrita a história que quer contar.
No entanto, esta tem colado um elemento particular bastante interessante.
No capacete está escrita a frase de William Tecumseh Sherman e, exactamente por isso, permite-nos uma intertextualidade importante que, se não me custasse muito, daria um post muito comprido e a armar ao fino. Como sou uma rapariga apagada, cheia de calor e começo a não ter paciência para estas teclas, reporto-me apenas a dois ou três grãos para moer enquanto isto passa.
Lembro, em consequência do exposto, e assim sem mais nem menos, que se faz tarde e a vida é curta, Voltaire a atribuir a César a extraordinária deixa: Com dinheiro tem-se soldados e com soldados rouba-se dinheiro, dou um voltinha por Agustina Bessa-Luís e a identificação de guerra com orgia - ainda que macabra e negada em consciência, - e apanho na esquina Sartre e o inferno somos nós.
Juntos, estes conceitos dão uma data de coisas fenomenais e do tamanho do post que devia ter escrito.
Como sou uma rapariga preguiçosa, fico-me a olhar para o rapazito e a sentir exactamente aquilo que a foto quer que eu sinta e que não deixa de ser semelhante àquilo que sente qualquer um que a apanhe por acaso.
Foto de Horst Faas - 18 de junho de 1965